Retratos Fantasmas versão Errejota
Novo documentário de KMF inspira e vira tendência nessa Newsletter ou Eu Também Amo O Centro da Cidade
Copacabana. No canto direito, a foto marca “Junho 82”. Bem provável que seja uma das primeiras fotos que fiz do bairro. Ainda não morava aqui. Mudamos em 87.
Ainda em Copacabana e com Cinema Paradiso em cartaz, o lendário Cinema 1. Na Rua Prado Junior, entre a Ministro Viveiros de Castro e a Barata Ribeiro. Era como eu costumava responder a qualquer ser humano que me fizesse a pergunta: “Mas ali tem um cinema? Onde fica?”. Assisti muita coisa: Uma Noite Sobre a Terra, Daunbailó, Faça a Coisa Certa, A Viagem do Capitão Tornado, Betty Blue, Cães de Aluguel, Monterey Pop Festival e Don’t Look Back.
O espaço também tinha uma locadora VHS só de clássicos como Medo e Delírio em Las Vegas que, na época, eu tinha em mãos.
Entretanto, a foto é meramente ilustrativa.
Foi feita em uma outra locadora e o Cinema 1 agora é Hortifruti.
Frente da casa do meu tio em Teresópolis, onde passei boa parte da infância/adolescência. Não precisava de muitos argumentos, mas foi todo amor e a empolgação dele pelo Rio de Janeiro que nos convenceu a sair de Manaus.
Nesse mesmo dia, com o temporizador da câmera, fiz mais essa foto com meus irmãos e minha tia:
A casa foi vendida e meus tios já faleceram.
Enquanto jovem fotógrafo, eu me sentia o Cafi. Principalmente durante uma viagem pras Minas Gerais. Mais precisamente Lavras Novas. Ansiava por fazer minha foto “capa do Clube da Esquina” com crianças na beira da estrada. Enquanto eu procurava ficha de orelhão pra ligar pra casa e dizer tá tudo bem, fazia uns cliques da área e essas crianças que brincavam por perto, pediram uma foto.
Posaram graciosos e fiz uma única foto.
Dentre as muitas manias, às vezes, uma delas atazanava os viajantes. Eu deixava pra revelar os filmes só na volta da viagem. Porém, dessa vez decidi quebrar o protocolo e quis dar a foto de presente pras crianças. Catei um lugar, fiz quatro cópias, uma pra cada. Nunca mais nos encontramos. Isso foi em 2001.
1984/85. Essa é uma típica noite de festa na casa dos meus pais recém casados. Um conjunto cultural de serestas e guitarradas.
Eles curtiam dançar juntos.
Desconfio vir daí a minha paixão por serestas. Essa foto foi tirada nas "ruínas” do IFCS, durante uma apresentação dos Lisérgicos Maravilhosos: a banda/duo performático que, durante os anos 90, formei com meu amigo Sidney.
Nós nunca estudamos lá, mas como a maioria dos amigos sim, éramos convidados a tocar algum zaralho durante os saraus da faculdade.
As ruínas foram reformadas e já não existem mais.
O IFCS fica no centro da cidade, que já não é o mesmo.
Mas não morreu.
Segue vivo.
(Foto tirada durante o velório de João Donato. Julho 2023)
adorei as fotos, o texto e as lembranças (clube da esquina kids, ifcs e os cinemas de rua, sensacional)