Tinha uma certa crença obtusa de que esse dia não iria chegar. Ah grande clichê criança perguntar o porquê da cor do céu. Pois. Helena, cinco anos, sete da manhã de domingo crava: Pai, por que o céu é azul?
Eu ainda meio remelento me pegou desprevenido filha, veja bem, a luz solar refratada pelas moléculas de nitrogênio e…Bom, eu acho que é isso, tá? Na dúvida entre enunciar uma resposta científica ou Djavanear, tipo “Céu de Brasília, traço do arquiteto”…emendei com outra pergunta: Vamo tomar um café antes?
Se a dúvida é o princípio da sabedoria, como diria meu cumpadi Aristóteles, cheguei a conclusão que estamos atravessando a fase das questões existenciais e dúvidas cruciais "De onde vem os bebês?”; “Pra onde a gente vai quando a gente morre?” ou “A Disney é em São Paulo?” misturadas com suspeitas genuínas como "Pai, você é funkeiro?”; "Você só é Flamengo pra me acompanhar?”; “Você não tem namorado?”
Geralmente, fico no "Às vezes, fia”. Em outras ocasiões faço o palestrante convidado: “Ótima pergunta. Guarda e podemos voltar a ela mais tarde.” que é o novo “Na volta a gente compra.”
Antes de qualquer “Aiu! Que absurdio!”, isso aqui é a internet não é a realidade ta lgd. É claro que eu respondo. Tudo. Ok, tento responder. Entre a neura de não me tornar nem o antigo buscador da web AltaVista nem sair pela tangente com uma dancinha tik toker que é o mais comum de acontecer ta.
A última não foi nem uma pergunta mas uma observação perspicaz “Pai, você sem óculos parece um jovem.” e como sempre fiquei sem resposta.
Essa menina é sabida de tudo!!