Hoje não vou almoçar. Vou passar o dia inteiro no café com sanduíche de queijo. Tava na rua procurando um lugar tranquilo pra te escrever. Sim, pra você. Impossível. Tudo muito cheio. O Rio não está lotado? Os lugares, as ruas, as calçadas. Você gosta. Eu sei.
Cheguei em casa e decidi ligar. Nada demais. Um pouco de tudo. É pra fazer uma pergunta. Talvez mais de uma. Onde eu estava em 1999? Sim. É. Não sei. Só lembranças fugazes. Você deve saber melhor que eu. Tenho mais memória recente. O que é bom e ruim ao mesmo tempo.
Estado civil na época? Moderado. Procede? Não? Acho que é do Shakespeare essa: “No amor só importa o presente” Me fuder? Tá, desculpa. Mas não é sobre isso.
Sim, Orkut. Sim, Obama. Lembro. Caetano às vezes no silêncio da noite, FHC, o bug do milênio. As Torres Gêmeas. A gente viu junto. Liguei a TV na hora. Saindo pro trabalho. Na época em que a gente saía pro trabalho. Isso. Hoje é autônomo que fala. Isso.
Sim, com certeza mais cabelo, mais barba, um roteiro a cada três horas, uma ideia a cada vinte minutos. Um amor a cada semana. E alguma droga. Ok, um pouco de droga. Tá. Muita droga. Sem julgamentos, certo? Um dia eu paro com tudo. Tá, quase tudo.
Também não tem nada a ver com “a nova geração". E qual é o problema mesmo das gerações? Uma tem que necessariamente anular as anteriores? É sério isso? Ora, se me faz favor. Concorda? Ah, bom. Li em algum lugar outro dia: “A idade na literatura é um sintoma”. Ainda não sei o que isso significa exatamente. Pensando.
Se eu te liguei pra fazer o exercício do “e se…”? Pode ser. Não desliga! Só queria conversar sobre o quanto alguns tipos de relacionamento podem afetar a gente. Sim, eu vi Bebê Rena. Sim, é um desespero. Sim, eu vi a entrevista com a Martha real. Peraí.
Em minha paisagem primordial, perto dos 30 anos dei um salto de paraquedas com uma venda nos olhos até pousar em 2018, ano em que Helena nasceu. Sim, nunca é tarde pra mudar. Como é? Não existe maturidade que não seja a consciência dos próprios limites. É, bela frase.
Hoje aconteceu uma coisa estranha. Sempre confundem meu nome no Starbuks. Já fui Arnaldo, Alberto, Horácio, Humberto. Não me importo mais. Hoje, a moça anunciou meu nome corretamente. Mas de um jeito, parecia comemorar ter acertado. Foi isso.
Do neida, uma certa felicidade inexplicável tomou conta de mim. A espera, a solidão, as lembranças, a realidade, tudo ficou em suspenso. Mudou o estado das coisas. Entretanto, o pedido veio errado. Não reclamei. Tomei o Chai Latte mesmo assim.
Na real, nada muda nem melhora. Só se repete. Pro candomblé tudo é repetição. A gente repete a história de nossos Orixás. Me disseram isso uma vez. Devo estar que nem Oxalá preso por sete anos…Não é questão de acreditar, é questão de
Oi? Sim, vou almoçar. Vamo falar mais? Aos poucos. Senão fica muita coisa pra uma resenha só. Vai bem. Ela é genial, brilhante. Quer aprender piano. Sim. Vão bem, sim. Tudo bem. E você? E os seus? Ok, Segunda eu volto a me cuidar. Obrigado, Yahoo, digo, ChatGPT. Brincadeira. Amo-te. Beijo, tchau.
muito bom. como sempre.
Excelente texto, amei.